Os cuteleiros artesanais têm contribuído cada vez mais para a evolução das facas, como ferramentas ou objetos de arte, fazendo surgir um universo de colecionadores e interessados na história e nas técnicas aplicadas na confecção de facas.
Agora que já falamos sobre os tipos de aço mais utilizados na cutelaria nacional e as técnicas de tratamento térmico para a confecção de lâminas, vamos falar sobre a anatomia das facas e sua importância para para desenvolver ferramentas de corte funcionais e com cada vez mais qualidade.
Na produção de cutelaria, o conhecimento sobre a estrutura das facas possibilita a construção de objetos de corte que se adequem às combinações de geometria da lâmina, tipos de metais, empunhadura e métodos de fabricação, utilizados para que a faca proporcione usabilidade, segurança e conforto para o usuário.
Basicamente, uma faca é composta por duas secções fundamentais: a lâmina e a empunhadura. Essas duas secções se dividem em diversas partes, sendo que cada uma delas possui uma função específica e contribui para a confecção de uma peça funcional e que atenda às necessidades para as quais foi desenvolvida.
A lâmina apresenta uma ponta que geralmente determina qual o uso, estilo e funcionalidade que será demonstrada em toda a faca. Já a empunhadura, tem características que garantem a usabilidade, o conforto e a segurança para o cuteleiro que a utilizará.
Não existe um consenso geral em relação à nomenclatura das partes de uma faca, uma vez que elas variam de acordo com o país, a região e até mesmo com a vivência do cuteleiro. Confira abaixo a denominação e funcionalidade das principais partes da anatomia de facas e instrumentos de corte:
LÂMINA
- PONTA (POINT): Parte fundamental e posterior da lâmina que se destina a perfurar e onde geralmente convergem as linhas de desbaste do gume.
- FIO DE CORTE OU GUME (EDGE): Parte afiada destinada ao corte. Resulta do processo de desbaste da lâmina num ou em ambos os lados da folha de metal.
- PLANO DE DESBASTE OU BISEL (GRIND OU BEVEL): Área que vai desde o dorso até ao fio de forma progressiva e que é determinante quanto à resistência da lâmina e ao seu poder de corte.
- RICASSO (RICASSO): Área anterior da lâmina (geralmente junto à guarda do punho) que mantém a espessura original e confere uma resistência extra à lâmina e ainda possibilita mais segurança em seu uso.
- ESPIGÃO (TANG): Parte da lâmina que percorre parte ou a totalidade do punho. Serve como união entre a lâmina e o cabo.
- FALSO FIO (FALSE EDGE): Resulta da convergência de um segundo desbaste, mas embora pareça, não corta. Serve apenas como auxiliar na penetração da ponta.
- ESPINHA OU DORSO (BACK OU SPINE): Parte mais larga da lâmina e que garante a resistência da mesma. Chama-se espinha por se encontrar no centro de uma lâmina de dois fios (como numa adaga).
- MOSCA (FULLER): Reentrância longitudinal na lâmina que retira peso da faca e de evita a geração de vácuo, facilitando o manuseio da faca, caso ela penetre totalmente algum objeto.
- CHOIL: O Choil é um recorte não afiado da lâmina localizado próximo ao cabo, para proporcionar mais conforto ao dedo indicador, facilitando a empunhadura.
- JIMPING (APERTO DE POLEGAR): Pequenos entalhes ou filamentos cortados na parte de trás de uma lâmina ou em outras partes da faca, para dar mais precisão ao uso e evitar que os dedos escorreguem ao usar a faca.
EMPUNHADURA
- GUARDA (GUARD): Protege a mão do utilizador de deslizar para a lâmina, possibilitando que este exerça mais força no ato e evitando acidentes.
- CABO (GRIP): Parte fundamental cuja ergonomia proporciona um manuseio confortável e prático da faca.
- FURO DE ATILHO (LANYARD HOLE): Destinado a prender um atilho ou corrente que facilite o acesso à faca ou permitindo que ela possa ser pendurada.
- CRAVO (NAIL): Parte metálica facultativa que faz a união entre o punho e o espigão.
- POMO (BUTT OU PUMMEL): Parte mais anterior da faca. Pode ajudar a fixar o espigão ou simplesmente possibilitar mais ergonomia à peça. Alguns pomos têm características funcionais como em facas de combate e podem servir de martelo em facas de sobrevivência.
- BOLSTER: O bolster é um reforço entre a lâmina e a empunhadura, usado para apoiar (ou “sustentar”) essa transição entre a lâmina e a alça, ajudando no equilíbrio de lâmina fixa. Em canivetes, esta parte geralmente é apenas decorativa para embelezar a alça e dar uma certa aparência à faca.
- PINOS: Os pinos são peças cilíndricas, normalmente de metal, usadas para fixar cabos e outras peças à lâmina.
Conhece outras nomenclaturas para as partes de uma faca? Coloque aqui nos comentários deste post!
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Ótima matéria parabéns!
Obrigado amigo, continue acompanhando as nossas redes sociais, abraços!
Não sou cuteleiro, mas aprendi muita coisa sobre facas. O importante é entender a linguagem dos cuteleiros. Grato pela oportunidade de aprendizado. Parabéns.
Realmente Laercio, a linguagem é fundamental para poder executar bem os projetos. Continue acompanhando o nosso blog que estamos sempre publicando assuntos importantes sobre cutelaroa. Abraços!
Bom Dia Amigos da Loja do Cuteleiro- Voces teriam chartas com medidas para diversos tipos de cabos?
Abraço
Olá amigo boa tarde tudo bem? Não conseguimos entender a pergunta, poderia me explicar melhor por favor qual seria esse materia?
Olá amigo boa tarde tudo bem? Não conseguimos entender a pergunta, poderia me explicar melhor por favor qual seria esse material?
Quais são as funções do serrilhado que algumas facas apresentam no dorso? Há alguma função além de serrar?
Desde já, obrigado pela atenção!
Olá amigo. Dependendo do tipo de serrilhado, ele pode simplesmente ter função de serrar, como também de alavanca ou ainda de furar e segurar uma peça. Depende de cada aplicação do projeto. Abraços!