As facas são instrumentos que acompanharam ativamente o desenvolvimento da humanidade, elas são talvez o artefato mais  antigo no arsenal da humanidade, afinal, além de preparar alimentos, sempre foram instrumentos essenciais para a sobrevivência, para o combate e para as construções.

As primeiras facas conhecidas, eram feitas de pedaços de pedra lascada para produzir uma borda  afiada, que era usada para raspar e bater o alimento. Foi só há 500 mil anos que esse utensílio ganhou formatos que hoje reconhecemos como tal. As facas modernas surgiram, portanto, de uma adaptação natural do gosto e dos rituais, a partir de necessidades da humanidade e alguns modelos ficaram gravados como referência para o seu uso, como é o caso da faca chamada Sabatier.

Este modelo de faca que virou sinônimo de Faca Chef em todo o mundo, é de origem francesa, mais especificamente da cidade de Thiers, que é considerada a capital da faca da França, semelhante ao que Solingen significa para a Alemanha.

A produção das facas Sabatier começou no início do século XIX, época onde duas famílias – ambas chamadas Sabatier – começaram a usar simultaneamente a produzir e vender facas, por isso há uma controvérsia sobre qual das duas teria sido a real criadora do modelo, uma vez que na época, não haviam leis que oferecessem proteção de marcas e patentes. Uma delas ainda existe hoje como a marca Sabatier Perrier. A empresa da outra família Sabatier foi adquirida por um grande império da culinária canadense.

A FACA

O formato da Sabatier tornou-se sinônimo da conhecida Faca Chef em todo o mundo, devido a seu formato que permite a execução de vários processos na cozinha.

Tradicionalmente, é uma faca de perfil integral, ou seja, a lâmina, a guarda e a espiga são forjados a partir de uma única peça de aço, o que a torna mais robusta e mais resistente. Essa construção faz com que também não se acumulem restos de alimentos ou sujeira em sua estrutura, o que em uma faca projetada para a cozinha, diminui consideravelmente o risco de contaminação.

As lâminas das Sabatiers convencionais possuem cerca de 25 a 35 centímetros de comprimento e cerca de 5 centímetros de largura. Sua geometria foi desenvolvida para que se possa realizar os principais processos na cozinha, por isso sua lâmina possui uma curvatura acentuada e gradual, do cabo à ponta, o que proporciona cortes precisos quando deslizada e reduz a superfície de contato inicial entre o fio e o objeto a ser cortado, aumentando consequentemente a pressão no corte. A curvatura da lâmina também possibilita que o movimento de subir e descer a lâmina seja feito de forma mais fácil, sem tirar o fio da tábua e otimizando o corte.

A Sabatier também possui uma ponta considerável, permitindo a ela realizar tarefas de facas menores. Outro diferencial que melhora o desempenho da lâmina, é que seu final, próximo à guarda não possui corte e serve para facilitar o corte em alta velocidade, evitando que a faca prenda a ponta final do fio na tábua, atrapalhando desempenho do chef.

E aí, já conhecia este tradicional modelo faca? Conte para nós que você achou nos comentários e fale quais outros modelos você gostaria de conhecer melhor.

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